Os números três e nove são números significativos na mitologia nórdica e no paganismo.
Ambos os números (e suas multiplicações) aparecem ao longo de atestados sobreviventes do paganismo nórdico, tanto na mitologia quanto na prática cúltica.
Enquanto o número três parece significativo em muitas culturas, a mitologia nórdica parece colocar ênfase especial no número nove.
Juntamente com o número 27, ambos os números também figuram no calendário germânico lunar.
O Número Três
O número três ocorre com grande frequência no agrupamento de indivíduos e artefatos:
Três são os deuses Odin, Thor e Freyr que aparecem como uma unidade trinitária, especialmente durante a Era Viking. As três divindades aparecem em testemunhos arqueológicos, como a pedra rúnica G 181 de Gotland.
Três estátuas de Odin, Thor e Freyr dividiam espaço no templo de Uppsala.
Três são as raças de Jotuns: gigantes das montanhas, gigantes do gelo e gigantes do fogo.
Três são os primeiros seres do universo: a vaca Auðumbla, Ymir o primeiro gigante e Buri o primeiro deus e avô de Odin.
Por três dias, Auðumbla lambeu o gelo de Ginnungagap até Búri ser libertado.
Três descendentes diretos teve Ymir: Um homem e uma mulher que nasceram sob seus braços e um homem de seis cabeças que nasceu da união de seus pés.
Três são as gerações de Jotuns antes da destruição de sua raça após o dilúvio universal pelo derramamento de sangue de Ymir após o qual seu neto Bergelmir se tornou o progenitor de uma nova linhagem.
O coração do gigante Hrungnir era triangular e feito de pedra.
Três são os Norns: Urðr ("o que aconteceu", o destino), Verðandi ("o que está acontecendo agora") e Skuld ("o que deveria acontecer ou é necessário que aconteça").
Bor teve três filhos, Odín, Vili e Ve (ou Lóðurr e Hoenir, segundo o Völuspá);
os três criaram o mundo e deram vida aos primeiros seres humanos.
Odin é a divindade suprema que governa a terceira geração de deuses, filho de Bor e neto de Búri.
Três raízes têm Yggdrasil e três é a raiz quadrada do número de mundos (nove) que estão ligados à árvore. Sob as três raízes, existem três lugares sagrados, um em cada extremidade: o poço Urd, a nascente Mimir, localizada "entre os gigantes do gelo", e Hvergelmir, em Niflheim.
Odin passou por três duros testes em sua busca pelas runas: ele se enforcou, foi ferido por uma lança e passou fome e sede.
Existem três tronos que aparecem na casa dos deuses, de acordo com Gylfaginning da Prosa Edda, o rei Gylfi conversa com as figuras que se sentam neles, Hár, Jafnhár e Þriðji.
Três são os filhos maus de Loki de sua união com a jotun Angrboda: o lobo Fenrir, o Jörmungandr e a cobra Hel.
Três invernos rigorosos procedem o Ragnarök, sem verões entre eles, esse é o Fimbulvetr.
Três eventos antecedem o Ragnarök: o nascimento dos três descendentes de Loki, a morte de Balder (e a conseqüente punição de Loki) e o Fimbulvetr.
Três são as cordas mágicas que amarraram o lobo Fenrir: Loeding, Drómi e Gleipnir, das quais apenas este último conseguiu mantê-lo sujeito.
Três laços são presos a Loki feitos com as entranhas de um de seus filhos, Narfi, que passam pelos buracos de três lajes verticais que o aprisionam. A primeira nos ombros, a segunda nos lombos e a terceira nos pés.
Três vezes Garm uiva em Gnipahellir, de acordo com o poema Völuspá.
Três vezes os deuses queimam Gullveig e três vezes ele ressuscita de acordo com o Völuspá.
Três galos cantam com o advento de Ragnarök, liderando o conflito final: Gullinkambi para os deuses, Fjalar para os gigantes e um terceiro sem nome para os mortos.
Três cores têm o arco-íris Bifröst, que tem três nomes (os outros dois são Ásbrú e Bilröst).
Heimdal tem três poderes como guardião de Bifröst: dorme menos de um pássaro, pode ver cem léguas e ouvir a grama crescer.
Odin tem três posses: sua lança Gungnir, seu anel de ouro Draupnir e seu cavalo Sleipnir.
Três armas possuem Thor: seu martelo Mjolnir, seu cinto de força Megingjörð e as luvas de aço para manipular o martelo.
Três posses mágicas têm Freyr: O navio Skidbladnir, seu javali Gullinbursti e uma espada com a capacidade de lutar por si mesmo que Skirnir forneceu em troca de sua ação no cortejo de Gerd.
Três posses têm Freyja, o colar de Brisingamen, uma capa que permite que ela se torne um falcão e uma carruagem arrastada por um par de gatos.
Três poções poderosas bebe Thor de um chifre na fortaleza de Útgarda-Loki em uma aposta, mas não consegue esvaziar o seu conteúdo, e três são as apostas (que ele perdeu).
As outras duas eram levantar um gato por um perna deixando três no chão e derrotar uma idosa em uma luta. Então ele percebeu que o chifre continha toda a água do mar, o gato era Jörmungandr e a velha, a personificação da velhice a quem ninguém pode derrotar.
Três golpes de mjolnir deu Thor ao gigante Skrýmir, que roncou demais e não o deixou dormir, mas fracassou em cada golpe devido a magia.
O gigante construtor das muralhas de Asgard prometeu terminar seu trabalho em três temporadas em troca de três prêmios: o sol, a lua e a deusa Freyja em casamento.
Odin passou três dias na morada do gigante Gunnlod para obter a poesia.
Depois de passar os três dias, ele permitiu que ele bebesse três vezes, um de cada vaso.
Os anões filhos de Ivaldi formaram três artefatos maravilhosos: Skíðblaðnir, o navio de Freyr, a lança Gungnir de Odin e os cabelos dourados de Sif.
Os anões Eitri e Brokk criaram três posses dos deuses: Gullinbursti, o javali de Freyr, Draupnir, o anel de Odin e Mjolnir, o martelo de Thor.
A deusa Frigg tinha três criadas Fulla, Gná e Hlin.
O Número Nove
Nove dias e noites Odin se sacrificou, pendurado em uma força em Yggdrasil.
Em troca, ele receberia sabedoria do poço de Urd, 18 (duas vezes nove) magias ou runas.
Nove são os mundos da cosmologia nórdica, sustentados pelos ramos da Yggdrasil: Helheim, Svartálfaheim, Niflheim, Jötunheim, Midgard, Vanaheim, Alfheim, Asgard e Muspelheim.
Nove são os reinos celestiais mencionados no Skáldskaparmál de Snorri: Vindblain (também Heidthornir ou Hregg-Mimir), Andlang, Víðbláinn, Vidfedmir, Hrjod, Hlyrnir, Gimir, Vet-Mimir e Skatyrnir que "permanecem no alto das nuvens
, além de todos os mundos ".
A cada nove anos, os suecos se reuniam no templo de Uppsala e, durante nove dias, celebravam e sacrificavam seres humanos e bestas, de acordo com o cronista Adam de Bremen.
Nove dias Freyr foi forçada a esperar para consumar sua união com Gerd no Skírnismál.
Nove feitiços compartilham Gróa com seu filho Svipdag em Svipdagsmál.
Nove donzelas acompanham Menglod em seu cativeiro em Svipdagsmál.
O peito de Laegjarn está amarrado com nove fechamentos, de acordo com Fjölsvinnsmál.
Nove passos para trás dá Thor antes de morrer envenenado, matando Jörmungandr, que cuspiu nele durante o Ragnarök.
Nove tipos diferentes de madeira são usados para acender a chama, de acordo com o poema Trollkyrka.
Nove são os anéis que são espelidos a cada nove noites de Draupnir.
Nove dias permaneceu Odin (disfarçado de Grímnir), no poema Grímnismál, prisioneiro do rei Geirröd. No nono dia ele mata o monarca depois de revelar sua identidade.
Nove são as filhas de Ægir e Ran, "as donzelas das ondas".
Nove são as mães de Heimdal.
Nove dias o deus Hermod montou Sleipnir em sua intenção de libertar Balder do submundo.
Nove escravos tiveram o jotun Baugi que se matou em seu desejo de obter uma pedra de amolar mágica do deus Odin.
O deus Njord e sua esposa Skadi decidiram resolver sua disputa sobre onde morar, passando nove noites em Thrymheim e nove noites em Nóatún.
Nove cabeças tinham o jotun Þrívaldi.
Nove léguas de altura e três de largura media o gigante de argila Mökkurkálfi.
Nove pontos tem o valknut de três triângulos sobrepostos.
Nove divindades sobrevivem aos Ragnarök: Balder e Hödr, Magni e Modi, Vidar e Vali, Hoenir, filha de Sól e uma novena sem nome “poderosa" que domina tudo.
Nove crianças tiveram o herói Viking e nove outros, o rei Njorfe de Oppland, personagens da saga de Þorsteins Víkingssonar. Nove filhos tiveram o rei Dag, de acordo com o historiador de Hversu Noregr.
Fonte: Wikipédia
Tradução: Galadriel
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