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O Filme Esquecido de Indiana Jones


Senta que aí vem história... 

Em 1977, George Lucas e Steven Spielberg concordaram em fazer um filme chamado Os Caçadores da Arca Perdida. Uma homenagem aos seriados de aventura das matinês de sábado das décadas de 30 e 40.

Nas décadas seguintes eles lançariam mais três filmes da franquia Indiana Jones.

Embora não seja incomum um filme ter roteiros não utilizados escondidos em algum lugar, os scripts perdidos de Indiana Jones são uma visão especialmente fascinante do que poderia ter sido essa sequência.

Indiana Jones e o Rei Macaco

A história por trás da história
 
Quando George Lucas abordou Steven Spielberg pela primeira vez sobre Caçadores da Arca Perdida disse-lhe que tinha ideias suficientes para filmar três filmes.

No entanto, depois que Caçadores da Arca Perdida faturou 384 milhões de dólares nas bilheterias, ficou claro que Lucas não as tinha nem para o roteiro de um único filme, muito mais para duas sequências. 

Lucas e os roteiristas Willard Huyck e Gloria Katz utilizaram idéias que foram cortadas ou nunca implementadas para Caçadores da Arca Perdida em Indiana Jones e o Templo da Perdição, lançado em 1984. Mais uma vez, os fãs de Indy não decepcionaram e o filme rendeu uma bilheteria de 333 milhões de dólares no Box Office. 

Desde muito cedo, Lucas queria usar o lendário Santo Graal em Indy como um "MacGuffin", um termo usado para descrever um objeto que impulsiona a trama, como o Falcão Maltês ou a Arca Perdida. Para torná-lo mais místico, Lucas imbuiu o Graal com a dádiva da vida eterna, um aspecto que Spielberg nunca gostou, porque sentiu que levava Indy a um território sobrenatural demais. Então, Lucas contratou Chris Columbus para abordar a mesma idéia de maneira indireta, resultando no roteiro de 1985, Indiana Jones e o Rei Macaco.

O Enredo

Escócia 1937.

Enquanto em férias de pesca na Escócia, Indy é instigado a uma investigação de assassinato que o leva a uma mansão supostamente assombrada onde enfrenta armaduras vazias e animadas.

A aventura começa quando Indy volta para a Universidade Marshall onde é contatado por seu velho amigo Marcus Brody. 

Brody lhe fala sobre a zoóloga Dra. Clare Clarke que havia entrado em contato com Tyki, um pigmeu africano, que afirma conhecer a localização da cidade perdida de Sun Wu-Kung, o Rei Macaco. 

Como prova, Tyki diz que tem 200 anos graças a um pomar de pêssegos encantados. Ele usa no pescoço um pingente, aparentemente do pomar do Rei Macaco, onde o fruto pode conceder vida eterna com uma única mordida.

Indy embarca em um navio para Moçambique junto com um passageiro clandestino que ele não conhece até chegar ao porto - sua jovem assistente de ensino, Betsy Tuffet, que tem uma queda colegial por seu professor. 

Indy e Betsy se juntam à Dra. Clarke, a Scraggy Brier, uma nativa supersticiosa, e Tyki, o pigmeu de boa índole.

Infelizmente, antes que a expedição possa começar, Tyki é sequestrado pelo sargento Helmut Gutterburg, um pateta nazista com um braço de metralhadora, que está sob o comando do tenente Werner Von Mephisto, uma monstruosidade ariana. 

Os nazistas escapam com Tyki dentro do tanque de três andares de altura e 30 metros de comprimento. 

É claro que Indy resgata Tyki e os mocinhos vão para a cidade perdida com os nazistas atrás.

Eles são detidos nos portões por uma tropa de gorilas guardiões treinados para defender a cidade de invasores. 

Assim que um gorila está prestes a lançar Indy da montanha, Tyki grita um comando e o gorila para imediatamente. 

Logo descobrimos que Tyki não é um morador da cidade - ele é o futuro rei.

Logo Indy, os nativos e os gorilas estão lutando contra Mephisto e seus homens. 

Em uma reviravolta surpreendente, Indy é baleado e morto por Mephisto, mas seu corpo é levado para o pomar de pêssegos encantados. 

Lá, Sun Wu-Kung, o deus meio homem, meio macaco, é reconstituído de restos esqueléticos antigos. 

O homem-macaco cura Indy e, em seguida, dá a ele um cajado que muda de forma como um presente para sua valente defesa do povo escolhido do Rei Macaco.

Fim.

O Templo da Perdição foi frequentemente criticado por seu tom sombrio e nível de violência elevado.

De fato, como resposta a Templo, a MPAA criou a classificação PG-13, que foi aplicada pela primeira vez a Red Dawn apenas alguns meses depois.
Talvez como uma maneira de evitar controvérsias novamente, Chris Columbus, que havia escrito os roteiros para filmes de ação voltados para crianças, como Gremlins e The Goonies, foi trazido para a franquia Indiana Jones. 

Mas Indiana Jones e o Rei Macaco é mais uma comédia do que uma aventura e ação séria, especialmente nas sequências de ação.

Por exemplo, quando o enorme tanque de três andares ronca pela planície africana, ele põe manadas de animais - assim como Indy e seus amigos - em fuga.
No caos, Indy se depara com um rinoceronte que começa a perseguí-lo, mas ele decide usar o animal furioso em seu proveito. 

Com o rinoceronte se aproximando rapidamente, Indy começa a correr em círculos cada vez menores até que ele esteja quase ao lado da besta gigante.
Ele então pega o chifre do animal e balança em cima das costas do rinoceronte, montando-o enquanto o enorme tanque gira o canhão.
Quando a grande arma do tanque dispara, assusta o animal, fazendo-o parar abruptamente. Indy é jogado na frente no tanque e o rinoceronte foge ileso.

Mais tarde, quando um tanque nazista chega à cidade perdida, Clare e Betsy ficam do lado oposto de uma ravina com dois grupos de gorilas especialmente treinados.
As duas mulheres “conversam” com os macacos através de uma série de grunhidos e gemidos, dizendo-lhes para balançar as trepadeiras e atacar o tanque.
Depois que os macacos arrancam a escotilha, eles pulam para dentro e deixam a tripulação inconsciente. Na próxima vez que os vimos, eles estão dirigindo o tanque enquanto usam os uniformes nazistas da tripulação.
Não apenas eles dirigem o tanque, eles vão direto para outro tanque alemão e os derrubam com um único tiro comemorando pulando para cima e para baixo grunhindo.

Como em praticamente todos os roteiros de Indiana Jones, algumas cenas de ação foram emprestadas de cenas cortadas ou idéias abandonadas que foram originalmente destinadas à outros filmes. 

Por exemplo, a primeira cena na Escócia foi originalmente escrita como a abertura para O Templo da Perdição, mas Spielberg havia acabado de sair da produção de Poltergeist e não queria fazer uma cena de Casa Assombrada tão cedo. Curiosamente, em 1985, Steven Spielberg lançou O Enigma da Pirâmide com um plot semelhante com roteiro de Chris Columbus.

Além disso, o braço da metralhadora de Gutterburg foi emprestado dos primeiros rascunhos de Caçadores. O personagem original em Raiders era uma espécie de ciborgue da era pré-computador, que não apenas possuía um braço de metralhadora, mas também um olho mecânico e um transmissor de rádio permanentemente conectado ao ouvido. 

Monkey King também apresentou algumas idéias que foram adotadas posteriormente em The Last Crusade, como uma perseguição a uma lancha que inclui um barco sendo esmagado entre dois transatlânticos e uma cena em que um personagem deve ser resgatado de dentro de um tanque.

Excessos de trechos cômicos como tentativas de Betsy de flertar com Indy são apenas algumas das muitas cenas supérfluas de Monkey King. 

Essa sinopse nem menciona os piratas do rio, que acompanham boa parte da segunda metade da história, mas são irrelevantes para a trama. Além disso, há outro personagem, um ex-patriota americano chamado Dashiell - claramente inspirado pelo Rick de Humphrey Bogart em Casablanca - cujo único objetivo parece ser um deus ex machina que salva Indy durante a perseguição da lancha. 

Muitas cenas e personagens não agregam valor à trama e só serviriam para envergonhar os fãs.

No final, Spielberg simplesmente não gostou dos elementos sobrenaturais em Indiana Jones e o Rei Macaco. 

Ele sentiu que eles fizeram o roteiro exagerado demais para ser consistente com os outros filmes da franquia. 
 
Mas Lucas não desistiu da história do Santo Graal, desta vez com o roteirista Menno Meyjes, que havia escrito The Color Purple e partes de Empire of the Sun para Spielberg. O Graal foi retrabalhado mais como uma metáfora; ao encontrar o Graal, Indy também encontrou algo que estava faltando em sua vida - um relacionamento com seu pai.

Embora a versão Meyjes estivesse mais próxima dos outros filmes, o roteiro passou por outro escritor, Jeffrey Boam, cujos créditos anteriores incluíam Innerspace e The Lost Boys.
Depois de duas versões, o roteiro de Boam se tornou o terceiro e, presumivelmente, último filme da franquia, Indiana Jones e a Última Cruzada. 

Quanto a Indiana Jones e o Rei Macaco, felizmente foi perdido como a Cidade de Sun Wu-Kung.

Fique ligado na próxima aventura eletrizante, Indiana Jones and the Saucermen from Mars!

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